Etapa 16 – Braga é nossa
Como o prometido é devido, partilho com todos vós a nossa derradeira etapa do Caminho deste ano, que aconteceu na passada sexta feira, dia 24. Eram 4h da manhã quando o despertador tocou. Com as longas horas de pedalada qie tínhamos pela frente para realizar os 190 quilómetros por Caminho que nos separavam de Braga, não houve tempo para preguiçar antes de nos levantarmos. Mais uma vez tomámos um pequeno almoço farto e já com tudo preparado pusemo-nos ao Caminho por volta das 5h20. A esta hora as luzes foram imprescindíveis. Só amanheceria daí a pouco mais de uma hora e como ainda...
Ler MaisEtapa 15 – Alcançámos Santiago!
E foi assim, 15 dias depois, cerca de 1220 quilómetros percorridos, que entrámos na mítica Praça do Obradoiro. O dia começou como de costume com um bom pequeno almoço reforçado. O tempo lá fora não sei revelou muito agradável: o que inicialmente parecia nevoeiro era na realidade uma chuva miúda que nos obrigou a repensar a indumentária para este dia. Impermeável vestido, lá nos pusemos no Caminho, deixando para trás Silleda. O percurso tem uns quilómetros iniciais de descida entre alcatrão e trilhos que vão serpenteando ao longo da estrada nacional. Com a proximidade a...
Ler MaisEtapa 14 – Às portas de Santiago
Já começa a sentir-se a proximidade de Santiago de Compostela. A distância que nos separava hoje de manhã de Santiago já estava próxima dos 100 quilómetros e isso começa a notar-se no Caminho. Tratando-se da localidade mais próxima dos 100 quilómetros de distância de Santiago, Ourense é o ponto de início de Caminho de muitos peregrinos. O Caminho estava hoje, por isso mais concorrido, ainda que sem a quantidade maciça de peregrinos que vemos em Caminhos como o Francês ou até mesmo o Português abaixo desta marca dos 100 quilómetros. Deixámos Ourense pela manhã, já a sentir...
Ler MaisEtapa 13 – O que sobe também desce
6h da manhã, hora de alvorada. Preparam-se os sacos é para pequeno almoço para dar a energia necessária para dar conta das primeiras subidas do dia. Começámos logo na saída da povoação, com uma subida em piso de alcatrão. Mais uns quantos quilómetros de subida por terra e alcançamos um casal espanhol que também tinha pernoitado no mesmo albergue que nós. Foi nessa que chegou a primeira prenda do dia: uma descida alucinante, com vista para o vale à nossa direita. O percurso de hoje resume-se na realidade a sucessivas paredes para subir, seguidas de vertiginosas descidas (em...
Ler MaisEtapa 12 – Camino es Camino
Hoje foi mais um dia de etapa de montanha. Desta vez tínhamos à nossa espera 3 pontos altos à nossa espera e já contávamos com alguma “violência” das subidas. Os primeiros 10 quilómetros foram pacíficos. Algum sobe e desce, alguns quilómetros por alcatrão, trilhos com erva bastante alta, mas nada demais. Foi mais tarde que as dificuldades começaram. Em primeiro lugar, uma boa parte de trilho pelo monte estava barrada por obras que decorrem na zona. O desvio temporário obrigou-nos a subir uns bons 6 a 8 quilómetros por uma estrada nacional. Quase a chegar a Padronelo...
Ler MaisEtapa 11 – Energia no topo
Hoje arrancámos para a segunda etapa realizada na variante pelo Caminho Sanabrês. Acordámos um pouco mais tarde do que o costume, o que a julgar pelos 6°C que o termómetro marcavam às 7h30 foi a melhor opção. Assim que fizemos o quilómetro que separa Santa Croya de Tera de Santa Marta de Tera fomos confrontados com os “despojos” da festa que tinha acontecido essa noite na aldeia. Não me recordo de alguma vez ter visto uma imensidão de lixo tão grande feito em tão pouco tempo. Seguimos viagem por trilhos muito bonitos, bastante cobertos por árvores abundantes nesta...
Ler MaisEtapa 10 – revivendo o Caminho Sanabrês
O Caminho que nos esperava hoje de manhã já era nosso conhecido. Em 2012 tivemos a oportunidade de fazer a Via de la Plata e com o congestionamento que o Caminho Francês tem nos meses quentes, na altura optámos pela variante que segue pelo Caminho Sanabrês a partir de Granja de Moreruela. Esta foi, por isso, a nossa opção para este ano. Como de costume, o despertar foi às 5h da manhã, para dar o tempo necessário para toda a logística de colocar os nossos pertences na mochila e de preparação das bicicletas. Alguma dúvida na saída de Zamora, mas a sinalização na primeira...
Ler MaisEtapa 9 – Fim de linha do Levante
Hoje foi uma etapa sem grandes surpresas. O perfil de altimetria era bem claro quanto aos poucos pontos que representavam algum esforço físico e com cerca de 10 quilómetros a menos para fazer (que foram feitos ontem), o ânimo também estava na mó de cima. Os primeiros quilómetros assemelharam-se a um carrossel, com sucessivos sobe e desce. Momento caricato do dia: quase no final de uma grande descida, onde facilmente se ultrapassou a fasquia dos 50km/h (que é bastante para uma btt, em caminho de terra), vemos um vulto de alguém meio atrapalhado na berma do caminho, com algo branco na...
Ler MaisEtapa 8 – a revolta dos elementos
Partimos relativamente cedo de Ávila. Com cerca de 100 quilómetros para fazer e não sabendo ao certo o que esperar dos trilhos, não demos grandes asas à preguiça e levantámo-nos assim que o despertador tocou. Lá fora esperávamos um frio cortante, servido a rigor com um vento forte de oeste que, aliás, nos tem acompanhado praticamente o tempo todo. A palavra de ordem era “agasalho”, pelo que hoje fizemos valer praticamente toda a seleção de vestuário que trouxemos connosco. Logo à saída de Ávila o nosso track divergia das setas recentes. Optámos por seguir o track...
Ler MaisEtapa 7 – caminhando pela montanha
5h da manhã o despertador toca. Conscientes de que tínhamos apenas 40 quilómetros para percorrer na etapa de hoje até Ávila, prolongámos o sono por mais uma hora e pouco. Eram 7h30 quando saímos do nosso albergue. Uma primeira descida pela estrada principal de Cebreros mostrou-nos que o corta vento que tínhamos optado por vestir ia estar a jeito. Contudo não foi preciso esperar muito para este se tornar supérfluo, pois a primeira subida em terra que encontrámos uns 5 minutos depois quase que nos sussurrou “hoje vão ter luta”. E assim foi. Hoje foi a primeira etapa de...
Ler MaisEtapa 6 – por areias movediças
Que grande etapa a de hoje! A distância real superou qualquer uma das etapas que fizemos até ao momento (113km) e a altimetria seguiu a mesma regra. Ainda assim, o facto de estarmos agora a passar por uma diversidade de paisagens bastante superior à que fomos tendo ao longo das outras etapas, a motivação foi maior. Algumas notas sobre o percurso: 1) é essencial ter um gps (aparelho dedicado ou telemóvel) com os tracks de referência carregados. É que não só tem momento em que as setas não existem, como também apontam para direções opostas (alguma brincadeira). No nosso caso,...
Ler MaisEtapa 5 – o meu pequeno Tejo
Hoje foi dia de mais uma longa etapa. Dos 93 quilómetros programados passámos aos 98 quilómetros, fruto de alguma confusão na sinalização do Caminho. Esta é, aliás, uma das dificuldades que as etapas mais recentes têm introduzido: ou falta de sinalização, ou então ambígua. No nosso caso, ao optarmos por seguir as setas em vez de seguir o track gps, fomos desviados cerca de 5 quilómetros de uma das primeiras localidades onde passámos (Tembleque). Na etapa anterior os produtos hortícolas foram rei e senhor da paisagem… Hoje foi a vez de os olivais marcarem a paisagem, com...
Ler MaisEtapa 4 – a horta de Dom Quixote
Se dúvidas houvesse sobre a zona de Espanha que estamos a atravessar neste momento, depressa ficaram dissipadas. Já se começam a ver moinhos de vento espalhados pelas encostas e as referências a Dom Quixote estão por todo o lado (inclusive no Caminho, que nesta zona tem o “cognome” de Ruta de Don Quijote). É a zona de Castilla la Mancha em todo o seu esplendor. O percurso em si continua a ser de estradão (já deixámos definitivamente os longos percursos em alcatrão). Continuamos a atravessar longos campos de cultivo, mas agora os cereais, ainda que presentes, começam a...
Ler MaisEtapa 3 – O que sobe tem de descer… Até Minaya
Depois de uma noite no mínimo “curiosa” (entre a fanfarra que se fazia ouvir antes de dormir até à luta para manter unidas as almofadas que fizeram a função de colchão), partimos rumo a Minaya, não sem antes nos despedirmos dos nossos companheiros americanos e espanhol que nos fizeram companhia no serão anterior. Como previsto, a etapa de hoje, embora longa (102km, que no fim foram na realidade 107km), foi relativamente descansada. O desnível acusava bem mais descida do que subida e os primeiros 60km foram de várias descidas rápidas e de estradões planos muito...
Ler MaisEtapa 2 – o vento do Levante
Hoje juntámos mais 85km ao contador. Desta vez o alcatrão, ainda que presente em talvez 1/5 do trajeto, deu lugar a vários estradões de terra. A paisagem é uma vez mais de cultivo como na nossa etapa de ontem, ainda que mais rural. A maior parte do trajeto decorreu em zonas remotas. Aliás, o contacto com povoações fez-se apenas duas vezes, ainda pela manhã. O calor fez-se sentir novamente. Já tínhamos planeado aguardar entre as 13h e as 15h para evitar o calor terrível. Mesmo assim, com o cuidado de aplicar protetor solar, já ganhei alguns semi escaldões. Na paragem para almoço...
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