Hoje foi uma etapa sem grandes surpresas. O perfil de altimetria era bem claro quanto aos poucos pontos que representavam algum esforço físico e com cerca de 10 quilómetros a menos para fazer (que foram feitos ontem), o ânimo também estava na mó de cima.
Os primeiros quilómetros assemelharam-se a um carrossel, com sucessivos sobe e desce.
Momento caricato do dia: quase no final de uma grande descida, onde facilmente se ultrapassou a fasquia dos 50km/h (que é bastante para uma btt, em caminho de terra), vemos um vulto de alguém meio atrapalhado na berma do caminho, com algo branco na mão. Por momentos podíamos ter pensado que nos estava a acenar, mas não, pelas calças pelo joelho, estava em pleno momento #2. Com tanto campo para fertilizar, não foi uma escolha inteligente :).

A sinalização desta etapa deixa bastante a desejar. Vamos vendo algumas setas, mas em alguns cruzamentos somos obrigados a seguir a regra de seguir em frente quando não há setas. Noutras partes existe sinalização de trilhos de caminhada sem referência ao Caminho de Santiago, pelo que hoje a opção de seguir o track foi ponto assente.
A etapa teve um ponto alto em El Toro, uma pequena vila no cimo de um monte, com vista para o rio Douro no seu estágio de adolescência :).
Creio que ao seguir o track teremos feito mais alcatrão do que o necessário. Por outro lado, o traseiro agradeceu, já que o terreno acidentado tem sido um verdadeiro massacre para o mesmo 🙂
A chegada a Zamora aconteceu quase duas horas antes do previsto e com o albergue a abrir apenas às 14h, aproveitámos para preparar as bicicletas para o dia seguinte e para conversar um pouco com um peregrino de 72 anos, nascido no Reino Unido mas com mais de 30 anos a viver na África do Sul, que está a fazer parte da Via de la Plata pela 5a vez.
O albergue municipal de Zamora é uma referência na Via de la Plata. Para além de excelentes instalações, da minha experiência anterior os hospitaleiros foram super simpáticos. As duas hospitaleiras francesas comprovam essa mesma tendência: muito simpáticas e divertidas.
Hoje é também dia de encontro. O meu amigo Paulo Freitas, já veterano destas andanças do Caminho de Santiago, e o seu amigo de viagem pernoitam neste mesmo albergue. Amanhã seguimos Caminhos distintos (eles pelo Francês e Inverno, nós pelo Sanabrês), mas é sempre bom ver caras conhecidas.
Amanhã o destino é Santa Croya de Tera. Estamos ansiosos por voltar ao albergue Casa Anita, que não só tem muita pinta como também servem da melhor comida do Caminho Sanabrês :). E como depois de umas dezenas de milhares de calorias gastas, um bom prato na mesa é a imagem mais recorrente na nossa mente 🙂

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