Partimos relativamente cedo de Ávila. Com cerca de 100 quilómetros para fazer e não sabendo ao certo o que esperar dos trilhos, não demos grandes asas à preguiça e levantámo-nos assim que o despertador tocou.
Lá fora esperávamos um frio cortante, servido a rigor com um vento forte de oeste que, aliás, nos tem acompanhado praticamente o tempo todo.
A palavra de ordem era “agasalho”, pelo que hoje fizemos valer praticamente toda a seleção de vestuário que trouxemos connosco.
Logo à saída de Ávila o nosso track divergia das setas recentes. Optámos por seguir o track e como fomos vendo vestígios da marcação antiga  tivemos a esperança de que nos safássemos. No entanto a dada altura demos com um beco sem saída junto a uma albufeira, pelo que nada restou senão voltar para trás e somar mais uns quilómetros à etapa.
A partir daí fomos seguindo sempre as setas, que divergiram do nosso track várias vezes.
Se o vento nos fez frente logo no início, a meio da manhã foi a vez da chuva. O vento gelado, que continuava a soprar forte, empurrava a chuva contra nós, como se estivéssemos a ser bombardeados por gotas de água.
Com a chuva veio a terra e a areia molhada que fizeram questão de dificultar o andamento e se colaram às bicicletas.
A chuva acompanhou-nos até Medina del Campo, onde procurámos um sítio para poder comer um belo bocadillo de cecina (um presunto feito com carne de vaca em vez de porco, muito saboroso e com mesmo muito menos gordura) e fruta como de costume.
Repostas as energias, continuámos por mais 15 quilómetros até ao nosso destino de hoje: Nava del Rey. O objetivo era pernoitar num colégio de freiras que recebe peregrinos, mas informações que recolhemos na net enquanto almoçámos fez-nos desconfiar que não íamos ter sorte.
E assim foi: quando chegámos não havia sinal de vida no colégio. Umas senhoras que passavam confirmaram que “las monjas se marcharan”. Havia  assim, duas hipóteses: ou optávamos por uma casa rural, com o custo acrescido e o desvirtuar que isso implicava, ou fazíamos mais 9.5 quilómetros até à próxima povoação para tentar a sorte.
Quando chegámos à povoação, tivemos de procurar quem nos abrisse a porta do albergue.
Depois de algumas perguntas lá demos com quem nos ajudasse.
O albergue é modesto e básico, mas neste género de aventura um sítio para dormir e tomar um banho é uma alegria!

Para amanhã temos a última etapa do Caminho do Levante,que termina em Zamora e onde vamos ficar. Com os quase 10 quilómetros que esticámos hoje ao menos sabemos que amanhã vai ser uma etapa mais fácil 🙂

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