Etapa 3 – O que sobe tem de descer… Até Minaya

Colocado em 11 de Junho, 2016 | 0 comentários

Depois de uma noite no mínimo “curiosa” (entre a fanfarra que se fazia ouvir antes de dormir até à luta para manter unidas as almofadas que fizeram a função de colchão), partimos rumo a Minaya, não sem antes nos despedirmos dos nossos companheiros americanos e espanhol que nos fizeram companhia no serão anterior.
Como previsto, a etapa de hoje, embora longa (102km, que no fim foram na realidade 107km), foi relativamente descansada. O desnível acusava bem mais descida do que subida e os primeiros 60km foram de várias descidas rápidas e de estradões planos muito rolantes.
O contraste do dourado e verde das várias culturas de cereais com o castanho da terra e o vermelho de campos argilosos é fenomenal. Os primeiros 20 quilómetros de estradões são feitos longe de qualquer localidade e somos brindados com esta paisagem deslumbrante.
Estes estradões são de terra muito compacta, quase semelhante a betão. Tem, contudo, um relevo muito irregular, fruto das marcas de rodados de tratores e de inúmeras pedras que estão cravadas no solo. Tudo isto é a receita perfeita para o fenómeno da associação de bife tártaro ao estado do traseiro começar a suceder :).
A primeira paragem aconteceu em Albacete, onde aproveitámos para provar algumas iguarias dos doces regionais. A chegada a esta localidade foi bastante curiosa: temos reparado que há imensos coelhos ao longo de todos os campos de cultivo, mas o trilho mesmo antes de chegarmos a Albacete deve ser a casa de uma grande comunidade deste animal :).
A saída de Albacete foi um pouco atribulada… As setas indicavam um percurso a 90° daquele que o track GPS indicava. Como o Caminho do Levante cruza-se em algumas localidades com outros Caminhos e receando que este fosse o caso, ao contrário de outras ocasiões em que a disparidade entre o track e as setas foi sempre resolvida seguindo as setas, optámos pelo track. Má decisão: ao fim de 1.5km deparámo-nos com uma suposta passagem para o outro lado da autoestrada que era impossível realizar. Embora não consiga confirmar, a julgar pelo que já nos aconteceu noutros dias, creio que o track gps é bastante antigo e anterior à construção de algumas das autoestradas desta zona.
Voltámos para trás, seguimos as setas e depois de algum tempo voltámos ao track. Todo este cenário levou-nos 4 quilómetros adicionais.
Pelo caminho ficámos intrigados com uma espécie de estradão vedado que acompanhou o nosso percurso (também estradão) durante talvez 1 ou 2 quilómetros. Mais adiante percebemos que se tratava de uma pista de corrida de galgos, com direito a uma pequena bancada de espectadores no final :).
Daí seguimos até La Gineta, onde nos reabastecemos com a guarnição habitual (pão, presunto e fruta), dado que não era certo que chegávamos à próxima localidade antes de as lojas encerrarem.
20 quilómetros depois chegámos a La Roda. Tempo para a paragem estratégica para almoçar e descansar um pouco.
Às 15h retomámos o Caminho para completar os 17km que nos faltavam.
Para hoje o alojamento esperado era o pavilhão desportivo de Minaya. Depois de um rápido telefonema a Jesús (o responsável pelo pavilhão), este veio rapidamente ao nosso encontro para nos mostrar as instalações. Devo dizer que fomos muito bem recebidos, o Jesús é de uma simpatia ímpar.
Para o jantar a escolha recaiu sobre um (se não mesmo o único) restaurante da povoação. A ementa foi bem elogiada, pelo que a expectativa está elevada :).
Para amanhã a receita para a etapa 4 avizinha-se muito parecida com a de hoje. Daqui a 24 horas confirmaremos.

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