Etapa 16 – Bracara Augusta
Sábado, 24 de Junho E eis que 16 dias depois de começar esta odisseia, volto a ver a minha cidade atual. O plano para esta última etapa era ambicioso: percorrer os 192 quilómetros que separam Santiago de Compostela de Braga por Caminho, num só dia. Esta experiência já tinha sucedido anteriormente em 2013 (na altura até Barcelos) e em 2016 (até Braga). O trajeto coincidiu em quase toda a sua extensão com o Caminho Central Português até Ponte de Lima, sendo que as partir daí até Braga foi a vez de tomar o Caminho de Torres (ou a Via XIX romana, como também é designado este...
Read MoreEtapa 15 – alcançando Santiago de Compostela
Sexta feira, dia 23 de Junho E depois de 15 dias a pedalar quase 1100 quilómetros, eis que piso de novo o chão da Praça do Obradoiro! Com os quilómetros adicionais que fiz ontem de Laxe a Silleda, Santiago ficou a cerca de 42 quilómetros de distância, por sinal bastante familiares pela quantidade de vezes que já os fiz em Caminhos anteriores. Sabia por isso com que contar e aproveitei para descansar um pouco mais do que tem sido o habitual. Dos Caminhos de Santiago que conheço, a chegada a Santiago pelo Sanabrês não é propriamente a mais impressionante. Nesse aspecto há que dar a...
Read MoreEtapa 14 – Fresquito, fresquito… Molhado, molhadito
Quinta feira, dia 22 Diz o velho ditado que “não há fome que não dê em fartura”. Pois bem, andava eu a pensar que tinha trazido várias peças de roupa que não chegaram sequer a sair da bolsa onde estão guardadas, quando o tempo médio pregou uma partida. A rotina da manhã foi a mesma de sempre. Por volta das 5h30 já estava a pedalar, tentando perceber por onde seguem as setas na saída de Chantada. Já sabia que os primeiros 10 quilómetros iam ser duros. Trata-se da subida até ao Alto do Faro que, felizmente, se resume a estradão e a alguns segmento de piso de...
Read MoreEtapa 13 – Caminho suado, Caminho abençoado!
Quarta feira, 21 de Junho Esta foi, provavelmente, a etapa mais dura do período “pós recuperação” das primeiras etapas. Às 6h da manhã, com o termómetro a marcar 22°C, saí de Quiroga. Os primeiros 8 quilómetros seriam de subida e aparentemente tudo indicava que seria feito por alcatrão. Esta premissa seria entretanto rebatida, dado que a estrada deu lugar a um estradão que atravessa, em ziguezague, um pinhal. A Galiza começa a mostrar a sua força e majestosidade. Por aqui não há rectas planas nem zonas áridas. Aquilo que encontro à medida que Santiago fica mais...
Read MoreEtapa 12 – E vai acima, e vai abaixo!
Terça feira, 20 de Junho O despertador tocou à hora já habitual… Mas a noite não foi de sono descansado e resolvi entregar-me à preguiça por mais 45 minutos. Faltavam então 15 minutos para as 5 da manhã quando saltei da cama e tratei de arrumar tudo na mochila (não o fiz antes de me deitar, novamente por preguiça 🙂 ). Com um atraso de 1 hora face ao que queria inicialmente, comecei a pedalar por volta das 6 da manhã. Já se estava a ver o que vinha aí, pois a essa hora já se fazia sentir um ar quente. Os primeiros quilómetros foram ligeiramente a subir até ao estradão...
Read MoreEtapa 11 – em pleno “Inverno”
Segunda feira, 19 de Junho A visita pelo Caminho Francês seria breve. Com o acordar por volta das 4h portuguesas, houve tempo para uma vez mais preparar com calma o pequeno almoço e a logística habitual da mochila e da bicicleta. Quando me meti ao Caminho já vários peregrinos caminhavam, alguns conhecidos do albergue onde tinha ficado esta noite, mas muitos outros que viriam já de outros locais. O Caminho Francês é mesmo uma miscelânea de muitas coisas distintas. Por entre peregrinos turigrinos, táxigrinos e muitos outros mais, hoje descobri uma outra categoria: os electrigrinos. Ou...
Read MoreEtapa 10 – Agora sim, na direção de Santiago
Domingo, 18 de Junho Último dia no Caminho Sanabrês. Depois de percorrer tantos quilómetros pelo Caminho Português, Ecopista do Vouga, Caminho do Interior e Caminho Sanabrês, hoje foi tempo de dar a vez ao Caminho Francês. Foi uma etapa excessivamente pautada por estrada. Os primeiros 25-30 quilómetros já sei adivinhavam assim, dado que o meu planeamento até Benavente contemplava bastante estrada, dado que tinha obrigatoriamente que me afastar do Caminho para não descer demasiado a sul. Contudo, a variante da Via de la Plata que segue até ao Caminho Francês é, por si...
Read MoreEtapa 9 – a voar pelas planícies
Sábado, 17 de Junho. O gráfico de altimetria para hoje não enganou: com um percurso tendencialmente em descida, salpicado por subidas pontuais que são facilmente transponiveis, foi possível fazer uma etapa sem grande stress ou dificuldade. O despertar foi antecipado em 15 minutos (4h30 da manhã, hora portuguesa), para permitir estar a rolar aos primeiros raios de luz. A logística de arrumar a mochila, preparar e tomar o pequeno almoço e tratar de pequenos pormenores da bicicleta tomam sempre 1h a 1h15, daí que antecipação. Além do mais é já um exercício de preparação para o...
Read MoreEtapa 8 – sim, vou no sentido contrário do Caminho
Sexta feira, dia 16. Oitavo dia deste Caminho, a partir de agora já começo a pedalar não segunda metade (nos dias, não propriamente nos quilómetros). A ida para Lubian ontem revelou-se uma excelente opção. A manhã começou logo com uma grande, longa, inclinada subida alternada entre alcatrão e estradão (embora o primeiro em maior proporção). Apesar de tão longa, o corpo parecer já ter entrado em modo de cruzeiro e foi possível pedalar sempre certo ate Portocamba. Foi só mais tarde, em Campobecerros, que chegou a altura de enfrentar o árdua subida pelo trilho de lajes de...
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Quinta feira, dia 15. Hoje foi dia de fazer às despedidas de Portugal e começar a praticar o “Buen Camino” 🙂 A passagem por Vila Pouca de Aguiar fez-se de formação pacífica, com um percurso bastante acessível e com uma inclinação em nada difícil. O aparato do Portugal de lés a lés ainda estava no local (devo lá ter passado por volta das 6h40). Mesmo muitos quilómetros depois de Vila Pouca de Aguiar vi imensos motociclistas que, pela imensidão, não devemos ter encontrado local onde dormir no local de concentração. Foi depois da descida a seguir a Vila Pouca de...
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14 de Junho, quarta feira. O acordar foi novamente bastante cedo. Contudo, hoje não me esperava chuva, tanto que o céu se mostrava limpo e com o azul a surgir à medida que o sol nascia. Os primeiros 3 quilómetros foram “excelentes” para aquecer: o alcatrão que abandona a aldeia depressa deu lugar a um estradão íngreme que melhor aproximou da povoação do Assento, onde a primeira paragem aconteceu para saldar a dívida do albergue / jantar no Centro Paroquial de Santa Eulália. Daí o percurso desce vertiginosamente (com todas as letras!) até ao vale onde encontro...
Read MoreEtapa 5 – encosta atrás de encosta… Acima!
Terça feira, dia 13. Hora de alvorada: 5:00. Hora de partida: 6:15. Depois do sacrifício dos dias anteriores, o plano de hoje foi antecipar a partida em uma hora face ao que tinha planeado, para desse modo conseguir usufruir do tempo fresco o mais possível. Bem… Lá fresco estava… Ao passar Castro Daire (passei por lá para evitar a longa fila de pedras espaçadas entre si que permitem travessia do rio Paiva) a chuva começou a cair e a menos de 2 segundos do local onde eu estava na altura caiu um relâmpago ensurdecedor. Ora não tendo eu a pretensão de virar pára...
Read MoreEtapa 4 – uma bela etapa pedestre
Hoje finalmente comecei a seguir as setas amarelas do Caminho de Santiago. Na expectativa de aproveitar o tempo fresco, acordei cedo o suficiente para conseguir sair às 7h (na realidade 7h20). O percurso de hoje hoje já se adivinhava complicado. A altimetria tinha vários picos, pelo que o sobe e desce estava garantido. Só que muitas dessas subidas são aptas apenas para circular a pé e das subidas que sobraram muitas delas eram íngremes o suficiente para desmotivar na pedalada e subir empurrando a bicicleta. O percurso em si é muito bonito. Para além de alguns estradões, passei por...
Read MoreEtapa 3 – subindo a linha
Dia 11 de Junho, dia se rumar em direção ao interior. Depois de uma noite calma no albergue de Albergaria-a-Velha, foi altura de abandonar as setas azuis e setas amarelas para conhecer a ecopista do Vouga. Na realidade não foi bem assim, dado que esta ecopista está também designada como o Caminho de Santiago do Caramulo ao Vale do Vouga e que coincide, pelo menos em boa parte, com a ecopista. Confesso que não sabia desta coexistência e é algo que irei estudar posteriormente. O quilómetro zero surge vários quilómetros após Albergaria-a-Velha. O percurso inicial, talvez...
Read MoreEtapa 2 – Carrosel de alcatrão e destilação
Segundo dia de Caminho, desta vez a terminar em Albergaria-a-Velha. O início da etapa já começou um pouco fora de horas, pois atendendo às imensas noites curtas que passei nas últimas semanas a preparar tudo, achei que me podia dar ao luxo de aproveitar um pouco mais a confortável cama onde dormi 🙂 A primeira hora do Caminho foi um pouco conturbada… Seguir um trilho GPS de alguém que fez o Caminho a pé e por cima em sentido oposto deu direito a algumas voltas adicionais ou para evitar sentidos proibidos, ou para me realinhar com o trilho à custa da confusão de ruas. Como se...
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