O dia de hoje começou muito envergonhado. O céu estava absolutamente carregado de nuvens e soprava um vento gelado que nada tem a ver com o Verão. Por isso, pela primeira vez vestimos os casacos para conseguirmos fazer-nos à estrada.
Mais uma vez esperava-nos longos quilómetros se estrada infindável, na continuação dos percursos monótonos que têm caracterizado os últimos dias.
O caminho em si segue, na maior parte da sua extensão, num carreiro ao lado da N120. Embora tenhamos ciclado bastante no carreiro, de modo a poupar o rabo a sofrimento desnecessário, fizemos bastantes quilómetros em alcatrão.
O Óscar hoje estava cheio de pedalada, dado que a certa altura Deixámos de o ver. Iríamos encontrá-lo mais tarde a recuperar forças em Fromista. Tínhamos neste momento quase 45 quilómetros feitos de uma longa viagem.
Fizemos os 25 quilómetros que nos separavam de León, onde fizemos a nossa refeição habitual. Desta vez superámos todas as sanduíches que já comemos, não só pelo excelente pão mas também pela iguaria tradicional de León que consiste numa espécie de presunto de vaca fumado. Estava divinal.
Hoje foi a minha vez de ter um azar. Algures no centro de León os meus óculos de sol caíram ao chão sem que me tivesse apercebido (iam pendurados numa das correias da mochila). Ainda dei umas quantas voltas nos locais por onde passámos, mas numa zona tão plena de gente como o centro de León não há hipótese. Após o almoço ainda fui a uma loja de bicicletas, na expectativa de comprar uns óculos novos. Contudo, por ser sábado não tive hipótese.
O Ricardo tinha feito a viagem de Fromista a León um pouco mais depressa que o grupo, na expectativa de encontrar uma loja de bicicletas e arranjar o travão. Infelizmente não conseguiu resolver o problema, pois na loja tentaram colocar óleo mas ao mesmo parece que o problema é outro.
O Ricardo e o Júlio optaram por não repousar após o almoço e seguiram logo viagem em direcção a Villar de Mazarife. Eu fiquei um pouco mais em León com o Óscar, aproveitando para visitar a catedral que é considerada uma das mais bonitas de Espanha, com os seus fantásticos vitrais.
Ao sairmos de León avistei uma placa do El Corte Inglés e lembrei-me que talvez pudesse lá encontrar um par de óculos que me servisse para o resto da viagem. Sorte a minha que tinham em promoção neste sábado e domingo uma série de modelos por 9.95€. Ficou assim resolvido o problema.
Seguimos até ao nosso destino, tomando mais adiante o corte para a alternativa de Villar.
O dia de hoje marcou também a despedida do grupo de amigos catalães com quem temos convivido, uma vez que optaram pela outra variante do caminho, e amanhã irão fazer uma etapa mais curta, a nossa. O Júlio também se despedirá de nós amanhã, dado que ficará por Astorga.
Este domingo teremos o nosso maior desafio para superar, com cerca de 110 quilómetros para fazer e o alto da Cruz de Ferro para subir.
Aproveito para referir três coisas: em primeiro lugar agradecemos a todos aqueles que têm acompanhado e comentado os nossos resumos etapa a etapa. É sempre muito bom contar com o apoio daqueles que estão longe mas que nos dão sempre a força necessária ao final de cada dia.
Em segundo lugar devo referir que estas crónicas não conseguem, infelizmente, transmitir tudo o que vivemos dia a dia no Caminho. Gostaria de ser mais extenso nas crónicas, mas o cansaço ao final do dia sobrepõe-se a tudo e mesmo para escrever estas crónicas é preciso fazer um esforço enorme para não adormecer entretanto.
Finalmente, dado que estas crónicas são escritas a partir de um Android, não se admitem se houver algum erro ortográfico ou algumas palavras mal formadas no texto. É que não é mesmo nada fácil redigir textos destes num dispositivo tão pequeno.
rumoasantiago.com
Hola chavales!!!
Espero que los problemas que os preocupan “allá donde la espalda pierde su honesto nombre” estén mejor (nada como un poco de vaselina, al más puro estilo catalán…). Echo de menos la consabida “foto bocatera” esta vez con cecina y queso del país. Aprovechad para disfrutar de las maravillas arquitectónicas a lo largo de la Ruta Jacobea y de la soledad de las interminables rectas de Castilla y León para daros cuenta que muchas de las cosas que nos preocupan en el día a día no son tan importantes como pensamos (uy, que pureta me estoy poniendo, jo,jo,jo…).
En fin: mucha envidia es lo que os tengo… (si no fuese por esta p… rodilla, ya estaba ahí mañana mismo).
Un abrazo
Carlos
Excelente o relato das aventuras do “pelotão” Tuga em terras de Espanha que ruma a Santiago!
Continuação de boa viagem.
Patricio.
Mais uma boa reportagem de mais um dia cheio de história no vosso caminho!
Cada vez se sente mais o cheiro a conquista de Santiago de Compostela.
Grande Abraço a Todos
João Valente
Meus caros amigos,
É fantástico “assistir” a esta vossa aventura!!! Já falta pouco mas seguramente pelo que nos dão a “ver” estão a passar por locais fantásticos 😀 Muita força para estes km’s que se avizinham!!!!