Mais uma etapa superada. Desta vez superámos a nossa marca anterior de distância, somando mais cerca de 90 quilómetros ao total que já percorremos, perfazendo um total de 330 quilómetros percorridos. Em bom rigor, estamos sensivelmente a meio da viagem em termos de etapas, embora estejamos apenas a pouco mais de 1/3 da distância até Santiago.
O dia começou cedo, por volta das 7h. Não era a intenção original, mas como deixei o telemóvel a carregar numa tomada rente ao chão (hoje fiquei no topo do beliche), um alarme esquecido começou a tocar a essa hora. Como temos tido sinfonia nasal todas as noites, estava a usar tampões para os ouvidos e só acordei quando o Ricardo me abanou para desligar o alarme.
Como era esperado, a viagem passou essencialmente pelo mesmo tipo de caminho, com longos estradões. Pelo meio, antes de alcançarmos o Alto de la Pedraja, tivemos uma pequena prova de perícia durante uns subida em que o piso estava crivado com rocha.
Como tudo o que sobe tem de descer, logo de seguida tivemos direito a uma valente descida técnica, com muita pedra solta. Eu ia tão entusiasmado que me esqueci de fechar a bolsa da máquina fotográfica. A meio da descida vejo a máquina a ser projectada no ar e pensei o pior para a máquina e para mim, dado que tive de fazer o algum malabarismo para segurar a máquina e abrandar com segurança. Valeu o facto de eu trazer sempre a máquina presa com um fio.
Seguimos viagem, sem nenhum percalço, ao longo de imenso caminho que atravessa os campos de cultivo que se estendem até onde a vista alcança.
A paragem para o almoço foi em Burgos, junto à catedral. Enquanto o Óscar repouso um pouco, fomos até à Decathlon na expectativa de conseguir arranjar a bicicleta do Ricardo. Infelizmente o mecânico de serviço só regressava às 15h30, pelo que não pudemos esperar.
Seguimos viagem, com algumas voltas pelas imediações da catedral até darmos com o caminho. Passámos perto do parque que é um dos cenários do filme The Way, na cena onde o rapaz cigano é obrigado a carregar a mochila da personagem até às portas da cidade.
Reencontrámos de novo os nossos amigos catalães, que seguiam no seu ritmo animado de sempre.
Hontanas já estava próxima, mas não havia nem sinal da aldeia, naqueles que foram dos quilómetros mais longos da etapa. Eu acompanhei o Óscar nos quilómetros finais, enquanto que o Ricardo e o Júlio foram mais à frente numa espécie de sprint final.
Quando faltavam cerca de 500 metros para o destino, vimos finalmente as indicações da povoação e estávamos finalmente em “casa”.
Desta vez ficámos no albergue Santa Brigida, um albergue muito simpático e acolhedor que cumpre a regra que se está a estabelecer e que diz que o melhor é mesmo planear este tipo de viagem de maneira a dormir sempre em povoações pequenas.
O jantar de hoje foi cortesia do Óscar que nos preparou uma deliciosa tortilla.
Com mais uma etapa de 80 quilómetros para o próxima troço, nada mais nos restou senão descansar. E como a Vodafone não tem sinal nesta aldeia, a publicação desta crónica ocorrerá durante esta sexta-feira, logo que haja rede.
rumoasantiago.com
Hummmmm… que tortilha gostosa!
Boa etapa para amanhã!
Ah é verdade… sigam a seta que Santiago está cada vez mais perto!
Grande abraço a Todos
João Valente
Eh pá vocês estão a andar bem depressa! 1/3?! Haja força nas canetas!
Oscar não vi nada desses dotes culinarios no nosso caminho portugues! Essa torilha está divinal de aspecto! Um aviso: não brinques com facas tão grandes… podes dar cabo das unhas! Eheheheheh
Abraço Buen Camino!
Muito bom 😉