Mais uma etapa terminada. Desta vez completámos quase 80 quilómetros, numa etapa apenas de estradões, com subidas pouco acentuadas.
Como a regra do albergue era sairmos até às 8h, hoje saímos relativamente cedo. Decidimos comprar alguma coisa para o pequeno almoço , à semelhança do que temos feito para o almoço. Fomos directos ao mercado de Logroño, na expectativa de comprar pão e enchidos. Não encontrámos padaria, mas parámos junto a uma frutaria muito agradável, onde comprámos umas bananas e uns pêssegos. Após alguma conversa com a senhora da frutaria, ela ofereceu-nos um saco com pêras. Comida a fruta, seguimos viagem à procura de pão. Assim que entrámos na padaria, mudámos de planos: não resistimos a um bolo doce, de tamanho semelhante à um pão grande da aldeia, mas cada uma textura húmida e com frutos secos no meio. 3 fatias depois partimos.
Passámos por um lago após o parque e após sairmos da zona limítrofe de Logroño, onde logo após passámos por um parque fantástico, onde um pequeno esquilo fez o ar da sua graça.
Ultrapassada Logroño, seguimos ao longo de vários quilómetros, em estradões bastante rolantes, de pouca inclinação.
Pelo caminho troquei umas breves impressões com uma moça francesa que está a acompanhar o marido numa peregrinação que teve início em Lyon, França. O que me chamou à atenção foi o facto de ela trazer uma criança às costas. Na breve conversa soube que está a alternar a peregrinação com o su marido, cabendo a ela cerca de 2 a 3 horas de caminho.
Mais tarde passámos ao lado de um campo de golf, que tanto quanto sei a sua existência recente impôs uma alteração ao percurso original do caminho. É curioso e estranho ao mesmo tempo constatar o contraste entre a simplicidade e simpatia de todos aqueles que percorrem o caminho e a postura debutante e a montra de viaturas topo de gama à porta do resort.
Eram cerca das 21h30 quando chegámos a Santo Domingo De La Calzada, onde encontrámos o sítio ideal para comer e descansar. E o almoço de hoje foi particularmente reforçado, dado que o pão que comprámos em Nájera era especialmente grande, já para não falar na quantidade de chouriço e queijo que serviu de recheio às sanduíches.
Como no início da localidade há uns lavagem automática, eu e o Ricardo aproveitámos para dar uma lavagem rápida e livrarmo-nos do pó que se acumulou nos últimos dias.
Tivemos oportunidade de conversar com uns senhores que também estão a fazer o caminho de bicicleta. Trocámos algumas impressões sobre as bicicletas e sobre o projecto Rumo a Santiago.
O jersey chamou a atenção de alguns transeuntes, nomeadamente um holandês que já fez o caminho a pé e que é aficionado do btt. Talvez venha a ser o primeiro bttista não português com o jersey oficial Rumo a Santiago.
Enquanto o Óscar fazia a sua siesta, reencontrámos um grupo muito divertido de 3 ciclistas catalães com que nos temos cruzado bastantes vezes. No meio de conversas e piadas, houve tempo para trocar contactos e fazer uma foto com o mono pé da XShot, que é, sem dúvida, um acessório fantástico.
Findo o almoço e o descanso, seguimos viagem, sem nada de particular a frisar.
Chegámos ao albergue de hoje (A Santiago) por volta das 18h, facilmente distingivel pelas inúmeras bandeiras na rampa de entrada. Não é um dos albergues melhores
dos que já conhecemos. Os quartos, ainda que só de 8 pessoas, são muito pequenos. Além do mais, os duches são muito abaixo da média, sem forma prática de pousar os haveres e WCs pouco cuidados. A falta de um local próprio para lavar a roupa à mão é também um ponto negativo, ainda que disponha de uma lavandaria com máquinas de lavar e secar.
Para o jantar de hoje optámos pelo mesmo que há 2 dias: comprámos os ingredientes e o Ricardo deu largas ao seu talento na cozinha preparando umas ervilhas com chouriço, bacon, cogumelos frescos e ovo. Foi uma refeição tão boa que toda a gente que entrava na cozinha ficou deliciada com o aroma, tanto que a dada altura houve uma troca de pratos, o que nos conferiu a oportunidade de comer queijo e chouriço que nos foi oferecido por uma senhora espanhola.
Como azares do día há a registar um furo na roda traseira da bicicleta do Ricardo (por cima na câmara de ar nova, comprada ontem em Logroño), o travão dianteiro que, definitivamente, está a perder óleo, e o cartão de memória da máquina do Ricardo que se recusa a funcionar (esperamos conseguir recuperar as imensas fotos já tiradas, caso contrário será uma frustração tremenda).

Amanhã são mais 80 quilómetros, pelo que é chegada a hora do já habitual descanso.

rumoasantiago.com

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7 Comentários

  1. É assim mesmo… Muitas fotos! A malta gosta mesmo é disso! O meu teclado está cheio de baba de inveja de não estar ai! E pensar que há uma ano estavamos todos juntos a pedalar por esse mesmo objectivo!

    Buem Camino!

  2. Belas fotos…
    Continuação de boas pedaladas,
    casf

  3. A saga continua… e parece estar tudo a correr sobre rodas! O grupo transparece vivenciar um muito bom ambiente! Adoraria estar aí convosco!

    No final da aventura… queremos ver essas dezenas de fotografias! Tenhamos a esperança que o cartão de memmória do Ricardo renasça denovo para a vida! Ehehehe!

    Fiquem bem… aproveitem ao máximo e continuem a seguir a seta que Santiago de Compostela já esteve bem mais longe!!

    Abraço a Todos
    João Valente

  4. Bom dia, a todos, foi por acaso que numa visita ao Site da Bike magazine dei conta do cosso Rumo a Santiago, comecei a ler e senti um dejá vú imediato, faz pouco mais de 1 ano e meio que me aventurei sózinho neste mesmo caminho, claro que vou estar todos os dias a seguir os vossos post, espero que disfrutem tanto ou mais que eu deste magnifico caminho. boa sorte a todos um abraço…

    Buen Camiño!!!

    :))

  5. Norberto, desde que recebi o jersey não me sai da cabeça a vossa viagem. Tenho seguido as etapas diáriamente. Vou tentar arranjar dias de férias ainda este ano para fazer o caminho Francês.
    Animo e bom Camiño.

  6. Joer, menudas “flautas”. no me extraña que después venga una buena siesta!!!

    Por lo que estoy viendo, Óscar, es tu turno en la cocina: márcate unas tortillas y un paellón de pollo campero para reponer fuerzas!!!

    Un abrazo a todos

    Carlos

  7. Cada dia acompanho a vossa aventura Rumo a Santiago.
    Esses momentos são fantásticos. Só de me lembrar da nossa viagem a Santiago em 2010 (Caminho Português) fico com pena de não vos ter acompanhado. Quem sabe um dia.

    Boas pedaladas e já agora bons dentes, dado o tamanho dos “bocadillos” 🙂

    Bom camiño

    Roberto Nabais

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