Estamos na véspera do final da nossa viagem deste ano. Nada melhor do que começar o dia com um bom pequeno almoço com pão fresco. Fomos a uma padaria perto do albergue, onde sabíamos que o forno estaria a operar mesmo antes da loja estar aberta (o que calhou bem, dado que era pouco mais de 6h da manhã quando despertámos).
Depois de tomado o pequeno almoço, partimos em direção a Santiago de Compostela.
O gráfico da altimetria não mentiu nem um pouco. Logo a seguir a Fisterra, tivemos de trepar literalmente paredes durante vários quilómetros.
Pelo caminho fomos encontrando caminhantes de várias nacionalidades, que se dirigiam em direção a Fisterra. Este caminho tem, em bom rigor, um pouco de tortura, uma vez que se consegue avistar Fisterra a uns bons 20 quilómetros de distância e a sensação de quem caminha nessa direção é a de nunca mais conseguir alcançar a localidade.
A meio de uma subida íngreme, a Spark 20 partiu a corrente. A reparação foi fácil de fazer, com recurso a um elo rápido. Contudo, como cada dia da nossa viagem tem de ter o seu imprevisto, apercebemo-nos de que falhámos uma das passagens da corrente pelo desviador.
O passo seguinte foi abrir o elo rápido, para podermos repor a corrente no sítio certo. Esta foi a nossa dor de cabeça do dia, pois o elo rápido teimou em não abrir. Estivemos, literalmente, quase uma hora de volta do elo rápido para tentarmos abri-lo, sem sucesso. Quando já estávamos a ponderar abrir a corrente noutro elo, surgiu a ideia de abrir o esticador (desapertando os eixos das roldanas) e corrigir assim a passagem da corrente. Em 3 minutos tínhamos o problema resolvido.
O calor que se fez sentir hoje foi o maior obstáculo de todos. Como tínhamos 90 quilómetros para fazer e porque não podíamos abusar muito no ritmo, não fizemos grandes paragens para evitar o calor. As únicas paragens foram mesmo para comer algo e para reabastecer os reservatórios de água.
Não obstante o facto de ser um caminho de extrema dificuldade (principalmente em direcção a Santiago), a sua beleza vale o esforço. A vista sobre o mar a partir do monte depois de Corcubión e Cee é divinal e a sensação de conquista que se sente depois de suar encosta acima é deveras recompensador.
O final da viagem ocorreu por volta das 19h. Chegámos a Santiago bastante cansados e fomos directos para o albergue Mundoalbergue, onde já tínhamos ficado alojados há 3 dias atrás, aquando da primeira chegada a Santiago de Compostela.
Para preparar tudo o que fosse possível, optámos por fazer uma lavagem ligeira às bicicletas, lubrificá-las e verificar os pontos críticos.
Aproveitámos a noite em Santiago para dar uma volta pelas ruas da cidade, jantar numa esplanada (que, atendendo ao calor que fazia sentir, soube bem).
Já com sabor a despedida, fomos dormir pela última vez num albergue, certos de que o dia seguinte iria começar bem cedo, com os 180 quilómetros entre Santiago e Barcelos para realizar numa única etapa.

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