Depois de umas quantas semanas de preparação e de alguns meses de antecipação, a nossa aventura finalmente teve início.
Começámos o dia bem cedo, para fazermos os preparativos das máquinas e das mochilas, antes de nos despedirmos do Eduardo Henriques, que tem sido o motorista oficial nas últimas três edições do projeto e que já faz parte da equipa.
A passagem por Irun foi bastante efémera. Cerca de três quilómetros após o início entrámos logo numa zona de terra, com um grande monte em pano de fundo, certos de que estava à nossa espera.

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Os primeiros quilómetros de subida mostraram claramente o que  é o panorama típico do Caminho do Norte: grande inclinação, bastante lama escorregadia e trilhos pejados de pedra que, misturada com a lama, tornam a progressão em subida bastante penosa (e por vezes impossível).
Após dez quilómetros surge o primeiro imprevisto mecânico: a bicicleta do Frazão teve um furo (minusculo) na roda da frente. Não seria de estranhar, não fosse o caso de se tratar de uma roda tubeless que, à partida, estaria imune ao furo em causa. Conclusão: o pneu, embora tubeless, tinha o líquido ressequido (na realidade já era apenas uma camada de cola seca), que em nenhuma situação poderia vedar um furo.
Essa não foi a única surpresa que a bicicleta do Frazão nos reservou, pois a 8 quilómetros do nosso destino de hoje o Frazão apercebeu-se de que o guiador tinha os parafusos do avanço despertados. Acho que vamos dar um puxão de orelhas ao mecânico que nos preparou as máquinas :).

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A nossa prioridade nesse momento passou a ser procurar uma loja de bicicletas onde pudéssemos comprar líquido para tubeless. Graças ao Google Maps encontrámos uma enquanto o Frazão colocava uma câmara de ar na roda. Telefonámos para a loja e sabendo que não íamos conseguir chegar lá até às 13h (quando fecharia), lá convencemos o funcionário a esperar um pouco por nós.
Desse momento até chegarmos a San Sebastián foi uma luta contra o tempo, em que o único momento onde parámos um pouco foi na travessia da Portua de Pasaia.

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Quebrámos também aí a nossa regra de fazer o  Caminho sempre por trilho, quando este existe, seguindo uma via alternativa para bicicletas. Se não o tivéssemos feito, nunca teríamos chegado à loja a tempo, onde acabámos por comprar umas câmaras de ar com Slime em vez do líquido.

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Daí para a frente a viagem correu lindamente. Muitas subidas, muitas descidas, paisagens belas e fantásticas e bastantes peregrinos a fazer o Caminho foram as principais caraterísticas da nossa etapa de hoje.

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Felizmente o receio em relação ao albergue de Zarautz não se confirmou. Chegámos cá por volta das 17 horas e conseguimos um lugar para dormir sem dificuldade. Esperemos que tenhamos a mesma sorte nos restantes dias.

6 Comentários

  1. Com força de vontade, coragem e alegria lá se vai andando! Um grande abraço e que corra tudo pelo melhor, nós por cá vamos acompanhando!

  2. Nós não tivemos essa sorte (em relação ao albergue).. estava a abarrotar, bem como toda a Zarautz e Getaria… Pagámos 1 fortuna para não ficar ao relento logo no 1º dia, uma quantia imprópia para cardíacos mas q se revelou necessária num Domingo de Agosto numa zona balnear tão procurada… :-p

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