Quase sem darmos por isso, terminámos mais uma etapa. Desta vez o nosso road book fez-nos uma partida, pois a altimetria que realizámos ficou muito aquém do que tínhamos calculado no nosso trabalho de casa. Antes assim que ao contrário :). Como previsto, hoje levantámo-nos bastante cedo. Inicialmente tínhamos previsto levantarmo-nos às 7h, mas o calor extremo que se fazia sentir no albergue e a azáfama dos restantes peregrinos motivou-nos para nos levantarmos cerca das 6h30. A essa hora partiu do albergue um grupo de 3 portugueses (2 rapazes e 1 rapariga) que também estão a fazer a Via de la Plata. Será certamente a última vez que os avistaremos no Caminho, dado que estão a fazer etapas bastante mais longas que as nossas. Atendendo à hora a que saímos, não tínhamos nada à disposição para comprar o pequeno almoço. Após tomarmos o nosso suplemento nutricional da manhã (um belo batido proteico com sabor a baunilha, da Evo Nutrition), decidimos pedalar até Alcuscar e comprar aí algo para tomarmos. Encontrámos uma mercearia típica de aldeia onde para além de bem atebdidos, fizemos as nossas compras para o pequeno almoço por menos de 3 euros. Sentámo-nos junto à um fontanário onde também comiam duas polacas que estavam alojadas no mesmo albergue que nós. Depois de uma breve explicação em inglês do que é o projecto Rumo a Santiago e da campanha para a Acreditar, seguimos viagem. Hoje decidimos fazer uma navegação por GPS orientada a etapas intermédias. O simples facto de vermos os quilómetros que faltam chegarem à marca dos 0 quilómetros tão depressa age como um factor de motivação. A verdade é que a etapa correu lindamente e mesmo com o extremo calor não sentimos grandes dificuldades para chegar a Casar de Cáceres. Chegámos a Aldea del Cano por volta das 12h15 e embora hesitantes, optámos por continuar viagem e arriscar a nossa sorte para encontrar uma mercearia aberta em Valdesalor. Em boa hora que fizemos essa opção: não só encontrámos uma simpática mercearia, como também encontrámos o parque da vila que dispõe de relva e sombras. Foi a forma mais agradável de fazer uma pausa para a digestão e para evitar as horas de maior calor. Por volta das 15h45 seguimos viagem em direcção a Cáceres. Aqui foi uma autêntica odisseia para procurar um acessório que permita ligar um leitor de cartões ao tablet com que escrevemos estas rubricas. Só o conseguimos à 5a tentativa, numa loja de material electrónico. Contudo, para nosso azar, a peça que comprámos tem algum defeito e não funciona. Voltámos, por isso, à estaca zero no que toca a partilhar fotos. Com cerca de 2 horas desperdiçadas, seguimos viagem em direcção a Casar de Cáceres. O albergue fica numa zona central da vila, o que por um lado significa que foi fácil encontrá-lo mas por outro lado torna impossível dormir com todo o ruído que se faz ouvir. Vale o facto de ser um albergue gratuito que, tendo isso em consideração, tem boas condições para o peregrino. Trocámos algumas impressões com um rapaz natural da Nicarágua mas que vive na Alemanha desde os 3, bem como com um rapaz búlgaro que se está a estrear nos Caminhos de Santiago e cuja travessia da Via de la Plata está a ser uma odisseia digna de filme. Logo numa das primeiras etapas perdeu-se de tal forma que deixou de perceber onde estava. Por cima, sob o calor extremo, ficou sem água. Nessa altura largou a mochila e partiu à procura de ajuda. A verdade é acabou por dormir ao relento nessa noite. E foi assim mais um dia Rumo a Santiago!

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