Passados 15 dias, a 15ª etapa, e consequentemente a nossa travessia da Via de la Plata, chegou ao fim.
Como no dia anterior realizámos mais 10 quilómetros do que o previsto, esta manhã estávamos muito à vontade no que diz respeito à hora de partida para a última etapa. Por isso aproveitámos para descansar relaxadamente e levantámo-nos por volta das 8h00 da manhã.
O ritual, esse manteve-se. Pela última vez organizámos o conteúdo da mochila, preparámos o nosso batido de proteínas Wake Up Evolution e tomámos o nosso pequeno almoço confortavelmente na cozinha do albergue.
Depois da habitual limpeza das bicicletas e lubrificação da transmissão, arrancámos em direção a Santiago de Compostela, numa curta etapa de cerca de 45km.
Pelo caminho encontrámos novamente os nossos novos amigos portugueses, Sandra, Paula e António. Foi uma última oportunidade de conversarmos mais um pouco, uma vez que estes nossos amigos só chegariam a Santiago no dia seguinte. Uma fotografia depois e após trocarmos contactos, seguimos viagem.
Os trilhos de hoje foram interessantes o suficiente para nos proporcionar alguma diversão. Não foram tão técnicos como alguns dos que já tínhamos realizados antes, mas ainda assim é certo que a Galiza tem, por toda a parte, trilhos excelentes.
Fizemos uma paragem no Albergue do Outeiro (que na realidade está identificado como Albergue de San Pedro de Vilanova), que aparenta ter das melhores condições em todo o caminho. Para além de instalações muito modernas e agradáveis, conta também com serviço de refeições a preços razoáveis, o que é bom tendo em conta que o albergue está num local remoto.
Quando faltavam cerca de 15 quilómetros para Santiago, decidimos realizar um desvio na viagem que já tinha sido considerado na preparação da mesma. Visitámos, por isso, o Pico Sacro, num desvio de cerca de 2 quilómetros e que representou a subida mais intensa que fizemos a pedalar. De todas as subidas que fizemos em cima das bicicletas, esta foi a única que nos deixou literalmente de pernas a tremer.
Chegados ao limite da estrada que nos leva ao Pico Sacro, ainda carregámos as bicicletas pelas escadas acima até ao topo do pico, para apreciar a vista soberba que se tem lá no topo. Observando com atenção, conseguimos avistar as torres da Catedral de Santiago.
Continuámos a nossa viagem e como a família que nos iria esperar na Praça do Obradoiro ainda estava em viagem para Santiago de Compostela, fomos abrandando o ritmo da viagem até que, a menos de 5 quilómetros de Santiago, fizemos uma paragem técnica para almoço :). Tomámos assim o nosso último “bocadillo” que, diga-se de passagem, foi dos melhores que comemos :).
Depois de uma pausa para digerir o almoço, seguimos viagem e passados 30 minutos estávamos a entrar na Praça do Obradoiro, com todo o esplendor e emoção que esta praça transmite a quem chega finalmente ao seu destino.
Após uma série de fotografias para a posteridade, instalámo-nos no hotel onde já tínhamos decidido ficar (Pensão Estrela) que pela localização, qualidade do alojamento e simpatia dos proprietários nos leva a recomendar vivamente este estabelecimento.
De seguida dirigimo-nos à Oficina do Peregrino para buscar as nossas Compostelas e confirmar assim oficialmente os 1000 quilómetros que preencheram os nossos dias nas últimas duas semanas.
Terminou assim esta grande aventura, ficando mais uma vez a vontade de repetir esta viagem por outro Caminho de Santiago. Fica, por isso, a promessa de muito brevemente voltarmos a organizar uma nova travessia, elevando mais uma vez a fasquia. Até lá, Bom Caminho!
