Os percursos verdadeiramente fantásticos já chegaram! Ainda não tínhamos chegado verdadeiramente à Galiza e já estávamos a ser brindados com verdadeiras pérolas de trilhos!

Como sempre, o dia começou bem cedo, ainda sem sinal de raios de sol. Na realidade já tinha começado bem antes disso, dado que o grupo que estava alojado no nosso quarto saiu bem cedo e foi impossível não acordar. Junte-se a isso alguma sinfonia nasal e o balanço da noite foi de pouco sono (a preguiça impediu-me de ir buscar os tampões de ouvidos). São coisas normais no Caminho e que neste contexto são não só toleráveis mas também motivo de conversa engraçada :).

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Se até agora temos tido que lidar com o calor (houve etapas em que logo pela manhã se sentiam temperaturas acima dos 20 graus), hoje foi altura de, finalmente, dar uso ao casaco. A manhã estava muito gelada, tanto que os dedos das mãos ficaram entorpecidos pelo frio.
Como tínhamos pela frente dois grandes picos para trepar, por isso começámos com um ritmo bastante calmo. Além do mais, o nosso objectivo era fazer a etapa toda por caminho e evitar a todo o custo as alternativas por estrada, por isso sabíamos que nos esperavam quilómetros de algum “sofrimento”.
A Espanha por onde passámos está toda em obras, em boa parte por causa do TGV. Hoje encontrámos mais uma parte do Caminho afectada pelas obras e fomos levados até uma alternativa de alcatrão.
A sinalização do Caminho não nos levou de volta para os trilhos, ainda que os conseguíssemos avistar da estrada.

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Após alguns quilómetros frustrantes a subir a nacional, optámos por virar num caminho que aparentemente ia ter ao trilho de terra do Caminho. E assim foi!

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A subida até a Padornelo (ponto mais alto da Via Sanabresa) foi um pouco custosa, embora o caminho seja, na sua maioria, perfeitamente ciclável. E a seguir a uma grande subida vem sempre uma grande descida, pelo que após alguns quilómetros em alcatrão fizemos uma alucinante descida técnica que pos à prova as nossas máquinas e comprovou a eficácia da nossa opção pelas mochilas na hora de abordar trilhos técnicos.

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Mas foi a subida ao segundo ponto alto do dia que nos ofereceu grande resistência. O percurso por caminho é, em boa parte, pouco adequado para bicicleta. Para quem conhece o Caminho Central Português, é uma espécie de Labruja cá do sítio :).

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Foram uns quantos quilómetros a empurrar a bicicleta, mas valeram bem a pena pela paisagem a que tivemos acesso e pela diversão não só dos trilhos, mas também das fotos que fomos tirando ao longo da jornada.

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Como no meio do monte não há sítio onde comprar pão e outros víveres, valeram-nos as barras energéticas que trazemos connosco e uns biscoitos que tínhamos comprado no dia anterior. Nada se desperdiça, como o Frazão comprovou no fundo da embalagem dos biscoitos!

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O restante percurso foi pautado por muito sobe e desce típico da Galiza, o que equivale a dizer muita diversão!
Chegámos a A Gudiña por volta das 15h15 e ainda demos umas voltas na vila para encontrarmos o albergue, dado que o ponto que tinha marcado no GPS estava completamente ao lado.
O albergue é humilde, embora com condições bastante aceitáveis e com um hospitaleiro jovem e muito simpático, cheio de vontade de conversar. Já se nota que nos estamos aproximar de Santiago de Compostela, pois o albergue estát praticamente cheio.

O nosso programa para amanhã inclui, cremos nós, mais trilhos divertidos que havemos de partilhar convosco quando colocarmos online os inúmeros videos que temos vindo a fazer. Até lá, Bom Caminho!

4 Comentários

  1. Padornelo, ai ai, isto é que é sofrer! Mas vocês aguentam! Já foram ao Rincón del Peregrino??
    Animo, venga!

  2. Parece que as maquinas não vos deixaram ficar mal na descida técnica… E no resto? Boa resposta nas subidas e rolantes qb? Boas pedaladas

  3. Esta subida é muito sofrimento, mas ainda há mais para a frente, coragem…a Labruja é um acaro perto destas, loool, mas tb custa subir 🙂 Força

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