Hoje abandonámos a remota aldeia de Calzada de Bejar para rumarmos em direcção a Salamanca. Foi uma etapa mais acessível do que o esperado, dado que, com excelentes excepção da subida ao ponto mais alto do percurso de hoje, o restante foi bastante rolante. O dia começou novamente bastante cedo, com o despertador a acordar-nos por volta das 6h30. O nosso colega peregrino belga acordou também a esta hora e rapidamente iniciou a sua caminhada. A proprietária do albergue chegou por volta das 7h para nos preparar o pequeno almoço. Após uma alegre conversa com a senhora e da pose para algumas fotografias, iniciámos a viagem. Fomos avançando em partes que oscilavam entre o alcatrão e os trilhos. A temperatura do ar estava muito mais baixa do que o habitual até agora, tendo sido necessário algum agasalho adicional na primeira hora de pedalada. A sensivelmente a meio do percurso surgiu o nosso desafio físico de hoje. Foram ainda bastantes quilómetros de subidas acentuadas e em boa parte forradas com muita pedra. A subida quase que alcançou os geradores eólicos no topo do monte e de seguida prendou-nos com uma alucinante descida. Daqui para a frente o percurso pôde ser considerado plano. Parámos mais tarde em San Pedro de los Rozados para o nosso almoço. Em boa hora que decidimos parar aqui, porque foi a nossa primeira oportunidade para comer um pão digno de ser chamado pão. À semelhança da maior parte das localidades por onde temos passado, também esta tinha um parque, com água fresca potável. O corpo não acusava grande cansaço, pelo que hoje seguimos logo viagem, sem o habitual descanso. Pelo caminho encontrámos um jovem casal francês que tem vindo a fazer cicloturismo desde França com destino a Faro. Estávamos nessa altura a cerca de 13 quilómetros de Salamanca e em pouco tempo chegámos à cidade. Procurámos o nosso local de estadia. Desta vez, por uma questão de preço, não ficámos num típico albergue de peregrinos, mas sim numa pousada de juventude chamada Albergue Juvenil Salamanca. A pousada até tem bastantes condições e a pessoa que nos recebeu foi bastante atenciosa e simpática. Há, contudo, um reparo a fazer: a pousada tem cerca de 65 lugares distribuídos por vários quartos. Quando chegámos éramos ao todo 9 pessoas aqui alojadas. No entanto, não houve sensibilidade suficiente para contribuir para o conforto de todos e dividir as pessoas pelos vários quartos. Neste momento estamos todos numa única divisão de beliches, quando a mesma situação num albergue de peregrinos teria sido certamente resolvida doutra forma. Houve, contudo, um grande motivo de celebração: finalmente temos o acessório USB que nos permite aceder ao cartão de fotografias :). O dia terminou com um passeio pela cidade de Salamanca, onde o rapaz que nos atendeu ao jantar confessou que já tinha trabalhado 13 anos em Portugal, no Porto e em Loures.

Amanhã há mais para ver e para pedalar, pelo que até lá, Bom Caminho!

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