Atendendo à hora tardia a que nos deitámos ontem (considerando o habitual), a crónica da etapa 9 foi adiada para hoje.

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O dia começou com um belo pequeno almoço que nos foi preparado pelos hospitaleiros do albergue de Zamora. Tínhamos de tudo à disposição, desde pão, compota e fruta, entre muitas outras coisas. Mais uma vez fomos surpreendidos com a hospitalidade deste albergue, que é, sem dúvida, o que está no topo do nosso top de albergues.
Assim que pegámos nas bicicletas apercebemo-nos de imediato que a minha bicicleta tinha um furo na roda da frente. O vedante selou o furo, mas a baixa pressão do pneu e o orifício considerável do furo anteviam uma reparação iminente da câmara de ar.
Parámos num posto de abastecimento na saída de Zamora para fazer a reparação. Assim que abro um dos supostos remendos do meu kit apercebo-me que aquilo que eu pensava serem remendos eram na realidade lenços de papel húmidos para usar após a reparação para limpar as mãos. Ponto a reter: verificar sempre o conteúdo deste tipo de ferramentas antes de iniciar a viagem.

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A marcação do terreno deu-nos algumas voltas. As setas levaram-nos por caminho e depois por estrada, mas a dada altura deixámos de ver setas. Passado algum tempo avistámos alguns peregrinos a pé num caminho paralelo à estrada onde seguíamos e aí finalmente apanhámos de novo o Caminho.

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Cerca de uma ou duas horas depois encontrámos um ciclista alemão e outro espanhol que tínhamos conhecido no albergue em Zamora. Estava a reparar um furo e pelo facto de já ter furado cerca de 5 vezes antes, a estratégia foi procurar limalhas de aluminio no interior da jante. Umas voltas com a fita isoladora que levava comigo serviram para tentar prevenir outros furos.

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O resto da viagem correu bem. Chegámos relativamente rápido a Granja de Moreruela, onde a Via de la Plata se bifurca pela Via Sanabresa ou até Astorga. Como planeado, entrámos na Via Sanabresa.
No ponto de bifurcação conversámos um pouco com um outro ciclista que está a fazer o caminho sozinho. Falámos do albergue onde iríamos ficar, onde acabámos por nós encontrar mais tarde.

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Um dos pontos altos da etapa 9 foi, sem dúvida, a subida no percurso imediatamente a seguir à ponte que atravessa o rio Esla. Trata-se de um percurso claramente pedestre, dado que as rochas que temos de atravessar não permitem ciclar. Valeu, sem dúvida, pela sensação de conquista do monte e pela vista fenomenal.

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A viagem prosseguiu calmamente por longos estradões

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até que chegámos a Santa Croya de Tera. Pelo caminho ainda houve tempo para umas fotos “artisticas” junto a umas árvores que embelezavam o caminho, obra da sempre fértil imaginação do Frazão :).

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Perto de Santa Croya de Tera existe uma outra povoação onde está, supostamente, a estátua mais antiga de Santiago.

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Fomos visitá-la rapidamente antes de jantar.
O jantar foi simplesmente delicioso. A Anita, proprietária do albergue, confeccionou o jantar para nós os 3 (o Frederico, que tínhamos conhecido na bifurcação do caminho, juntou- se a nós neste dia). Estivemos um bom bocado a conversar após o jantar e o descanso veio um pouco mais tarde que o habitual.
A etapa 10 já tem um perfil um pouco diferente do que temos feito até agora, tendencialmente em subida. Mas isso é assunto para outra crónica, por isso até lá Bom Caminho!

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