Etapa 8 – de volta à Via de la Plata

Colocado em 13 de Junho, 2018 | 0 comentários

Hoje foi dia de fazer as últimas despedidas do trajeto exclusivo do Caminho Mozárabe e dar as boas vindas à Via de la Plata.

Tinha decidido tomar partido de ter encurtado a etapa de hoje com os quilómetros adicionais que fiz ontem. Por essa mesma razão aproveitei a cama confortável por mais uma hora do que o normal.

Os primeiros quilómetros foram logo de subida, ainda que não acentuada. Com a manhã bem fresca, foi uma boa forma de aquecer 🙂

Esta etapa foi bastante confusa. Movam a marcação do Caminho esteve em falta… Tanto se viam setas como de repente deixei de as ver.

A verdade é que me parece que o Caminho que planeei segue ao longo de uma variante pouco usada e que por isso não está tão bem cuidada na marcação.

O percurso em si foi essencialmente estradão por entre campos de milho e arrozais, para além de algum alcatrão.

A surpresa do dia haveria de chegar uns quilómetros antes de San Pedro de Mérida, onde o track gps me levou direito a um ponto de travessia do rio Guadiana sem qualquer ponte à vista.

Voltei para trás na esperança que uns trabalhadores do campo que eu tinha visto me pudessem ajudar. A primeira expressão de um de eles foi “então não quis molhar os pés” :). Rapidamente me explicaram que a profundidade do rio naquele ponto era pouca e que a próxima ponte acarretava um desvio de 8 quilómetros (logo um adicional de 16).

Desenhado o panorama nem tive dúvidas: tirei as meias e as palmilhas e de mochila às costas e bicicleta nos braços, atravessei o rio.

Em San Pedro de Mérida foi tempo de almoçar e descansar um pouco. Daí até Mérida acabou por ser um instante. A altimetria reduzida desta parte do percurso ajudou bastante, tanto que houve tempo para uma paragem na barragem de Proserpina para uma bebida fresca e um gelado.

Por volta das 16h cheguei a Aljucen, onde fiquei no albergue privado Río Aljucen. Há que dizer que o albergue é gerido por gente muito simpática e divertida e que tem excelentes condições. O albergue era uma antiga queijaria (honestamente penso que ainda se sente o cheiro da antiga função 🙂 ), com 2 quartos confortáveis, sala de estar, cozinha completa e um espaço exterior muito agradável.

A senhora que me recebeu estava um pouco em apuros com o peregrino que estava a atender. O Marco, alemão, não fala outra língua que não a dele (arranha o inglês). A senhora, como muitos espanhóis, só fala castelhano. Felizmente ele conseguiu perceber a pergunta “de onde é” em inglês e lá consegui desbloquear o impasse 🙂

Mais tarde tive a oportunidade de ter uma boa conversa com ele e aconselhá-lo sobre algumas das etapas pela frente, tudo graças à tecnologia. Foi fantástico por o Google Translator à prova no modo de conversação entre inglês e alemão. Funciona perfeitamente!

Compras feitas e jantar tomado no bar cá do sítio, é hora de descansar. A etapa de amanhã é longa e com alguma subida que embora não seja intensa, mói um pouco.

A barragem de Alcântara é o destino e amanhã com umas visitas muito especiais esperadas :).

Bom Caminho!

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