Etapa 5 – na senda dos olivais

Colocado em 10 de Junho, 2018 | 0 comentários

Hoje foi dia de dar conta da etapa mais longa (97 quilómetros) previstos para este Caminho, se excluir o regresso a Portugal.No que diz respeito ao Caminho, esta etapa toda se resume a estradões e estradas de alcatrão secundárias. Não houve direito a single tracks, nem trilhos técnicos, apenas caminhos para rolar.Foi por isso uma etapa relativamente acessível para os ciclistas, mas mesmo atendendo a que o percurso de hoje corresponderá a 3 ou 4 etapas pedestres (pelo menos), é um trajeto complicado para quem faz o Caminho a pé, atendendo a que em muitos sítios não sei vê o fim dos caminhos de tão extensos que são.A noite foi bem passada, desta vez no balneário do gimnodesportivo de Alcaudete. A meio da noite (por volta das 3 da madrugada) ouvi alguma coisa ou alguém a bater em metal e fiquei na dúvida se seria alguém a fazer desacatos ou se alguma outra coisa mais “normal”. Eu deixei-me ficar pelo sono e continuei pela noite dentro :)Ainda não foi desta que me consegui levantar a tempo de estar a pedalar às 7h da manhã. A logística de arrumar a mochila e preparar o pequeno almoço é sempre lenta e eram umas 8h15 quando parti, não sem antes disparar uma vez mais o alarme do pavilhão que alguém no dia anterior deixou ativo esquecendo-se de que havia alguém lá dentro :)Pela primeira vez tive de fazer uso do corta vento. A manhã estava gelada e com os primeiros quilómetros em estrada e a descer, não podia ser de outra forma.Sem grande destaque para o resto do percurso, foi a partir de Castro del Río que a etapa começou a exigir mais. A seguir seguia-se a subida até Espejo, que curiosamente um residente de Castro (e também peregrino a Santiago) me sugeriu que evitasse e que seguisse uma rota alternativa mais direta a Córdoba que evitaria não só a subida, mas também quase 10 quilómetros a menos. Estando agora muito melhor fisicamente do que há uns dias atrás mantive-me fiel à etapa que tinha idealizado.A subida foi de facto longa e algo demorada, mas nada comparável ao que já encontrei por aqui. Só o facto de ser ciclável é um feito :).Alcançado o topo de Espejo, foi altura de gozar a respetiva descida, desta feita em direção a Santa Cruz.A passagem por Santa Cruz foi efémera: o Caminho passa por uns bares junto à estrada e mal nos damos conta já estamos mal saída da povoação, junto a uns armazéns de sementes. Com o sol a brilhar e a barriga a dar horas, essa zona com umas sombras para automóveis foi o local ideal para fazer mais um reforço alimentar e aplicar algum protetor solar (não se adivinhavam grandes sombras a seguir).Os olivais começaram a dar lugar a extensos campos de girassóis. É impressionante a beleza de uma encosta enorme toda pintada de verde e amarelo!O terreno nestes últimos quilómetros é um constante sobe e desce ao longos destes campos. A dada altura começo a avistar lá ao longe o que seria Córdoba, ainda com uns 10 quilómetros para pedalar.E Córdoba foi alcançada! Parece ser uma cidade fenomenal para visitar noutros moldes. Uma vez mais as relíquias islâmicas conservadas, neste caso uma imponente mesquita e uma antiga ponte sobre o rio, criam logo um grande impacto a quem chega.

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