Etapa 13 – rumo ao infinito

Colocado em 18 de Junho, 2018 | 0 comentários

A contagem final até Santiago começa. Depois da etapa de hoje ficam a faltar somente 4 etapas para terminar o Caminho (ou melhor, chegar a Santiago, que o Caminho terminará em casa).

Com mais companhia ao pequeno almoço, o de hoje foi um pouco mais demorado pela conversa que se foi tendo. A mesa tinha, para além dos hospitaleiros (um espanhol e um canadiano de Montreal que vive desde há muitos anos em França), uma senhora nos seus 60 anos que está a fazer o Caminho numa pequena bicicleta e um húngaro que vive em Barcelona há mais de 10 anos.

Pela primeira vez a saída de uma cidade foi simples. A marcação à saída de Zamora não deixa dúvidas e é muito fácil dar com o Caminho.

E desta vez também não houve necessidade de recorrer ao alcatrão por muito tempo. O Caminho estende-se ao longo de vários estradões em áreas de cultivo, de perder a vista.

Aparentemente a autoestrada A66 obrigou a algumas alterações do percurso do Caminho, bem como a linha de comboio de alta velocidade por onde o Caminho passa. Isso obrigou a alguns ziguezagues de um lado para o outro, bem como a alguns desvios significativos que estão no entanto bem sinalizados.

Em Montamarta a paisagem está um pouco diferente daquela que já conhecia das duas vezes anteriores que por lá passei: existe ali um braço da Barragem de Ricobayo que costuma estar seco no verão (já o atravessei), mas desta vez ainda tem muita água.

De resto, mais do mesmo: estas etapas são longas, infinitas retas que têm tanto de belo como de assustador para quem caminha.

Acabei por chegar a Santa Marta de Tera relativamente cedo (um pouco antes das 14h). A minha intenção era seguir até Villar de Farfon, onde existe um pequeno albergue criado por uma família sul africana cristã e muito popular pela hospitalidade. Não queria, contudo, arriscar na viagem (mais 22 quilómetros feitos sob o sol) e como não obtive resposta ao telefonema que fiz, optei por ficar no albergue de Santa Marta.

O albergue tem de facto excelente condições, mas falta-lhe alma… Tenho muita pena que aquela experiência de um albergue com um hospitaleiro simpático, um jantar comunitário, seja cada vez mais rara. Prescindia facilmente de instalações super modernas por uma experiência dessas, pois nos vários Caminhos que já fiz é desses albergues que me recordo com mais carinho.

Hoje divido o albergue com 4 pessoas: um sul-coreano, 2 senhoras espanholas e uma moça também espanhola que se faz acompanhar de um cão (duvido que o albergue acolha animais domésticos, mas como até à hora não apareceu ninguém que supostamente viria a cobrar, parece-me que vai ter sorte).

A etapa de amanhã é o prelúdio de uma outra etapa que vai doer. Por isso vou com calma.

Bom Caminho!

Deixe um Comentário