Caminho do Salvador 2020 – Sobre

Catedral de Santiago de Compostela em Agosto de 2010

Como provavelmente alguns dos seguidores do projeto Rumo a Santiago sabem, o Caminho de Santiago surgiu na minha vida no ano de 2010, o último ano Jacobeu. Desde então que ano após ano tenho feito o esforço para reservar algum tempo para fazer e conhecer um Novo Caminho de Santiago.

Foi assim em 2010, no Caminho Central Português desde o Porto, em 2011 no Caminho Francês desde Saint-Jean-Pied-du-Port, em 2012 na Via de la Plata desde Sevilha, em 2013 no Caminho do Norte desde Irún a que juntei Finisterra e Muxía, em 2014 no Caminho Sanabrês desde Ourense (uma estreia minha no Caminho a pé e estreia absoluta da minha esposa no Caminho) e mais tarde nesse ano no Caminho Francês desde Molinaseca, em 2015 no Caminho Primitivo desde Oviedo (também a pé), em 2016 no Caminho do Levante desde Valência no regresso às duas rodas, em 2017 num Caminho que juntou vários (Português invertido desde Braga até Albergaria-a-Velha, Caminho do Caramulo e Vale do Vouga até Viseu, Caminho do Interior até Verín, Sanabrês invertido e Via de la Plata / Francês até Astorga, Caminho de Inverno), em 2018 no Caminho Mozárabe desde Almería e finalmente em 2019 no Caminho Inglês, Finisterra e Muxía num regresso aos Caminhos a pé.

Enfim, esta pequena (grande) deambulação serve para dizer que desde 2010 não houve forma de “combater” este ímpeto de fazer o Caminho de Santiago e de apreciar durante umas semanas a paz e a alegria que só um Caminho de Santiago consegue proporcionar.

O ano de 2020 não irá fugir a esta regra que já está mais do que estabelecida. Curioso pelos imensos relatos que tenho lido sobre o Caminho do Salvador e em grande parte motivado pelas crónicas que o peregrino Agostinho Leal tem vindo a partilhar no seu Facebook retiradas do seu livro O Caminho sob o Silêncio das Estrelas – Memórias de um Peregrino, cedo tomei a decisão de escolher este como o meu Caminho para este ano.

A bicicleta volta a ficar guardada na garagem para uma vez mais dar lugar ao par de botas. O objetivo será percorrer o Caminho do Salvador desde León até Oviedo, para depois aí reviver o Caminho Primitivo num arranjo de etapas ligeiramente diferente daquele que foi traçado para o ano de 2014, bem como o epílogo a Finisterra e Muxía que tanto me agradou no meu último Caminho.

Será um Caminho muito pessoal, para fazer pela primeira vez sozinho a pé (a experiência de um Caminho a solo em bicicleta em 2017 e 2018 foi muito interessante e desejo por isso experienciar isso mas a caminhar).

O desafio será, por isso, caminhar ao longo de 560 quilómetros num total de 21 dias (eventualmente menos, dependendo de como o corpo se comportar). Começarei a caminhar no dia 23 de Maio, na expectativa de que a Primavera já tenha trazido algum calor.

Com este novo Caminho regressa também o lado solidário do projeto Rumo a Santiago. A Associação Acreditar já ganhou um espaço muito especial no meu coração e por isso volto a anunciar uma campanha solidária para apoiar esta Associação em algo muito objetivo (como tem sido apanágio das campanhas do projeto): este ano pretende-se canalizar os donativos recebidos para financiar diretamente a estadia de cada família na Casa Acreditar, sendo que cada noite comporta um custo de cerca de 30EUR por família.

Os detalhes da campanha, do seu funcionamento e de como poderão colaborar serão publicados a seu tempo. Até lá irei partilhar convosco toda a logística e organização deste Caminho, esperando poder ajudar quem tiver estes Caminhos nos planos para os próximos tempos.

Bom Caminho!