Quinta feira, dia 15. Hoje foi dia de fazer às despedidas de Portugal e começar a praticar o “Buen Camino” 🙂
A passagem por Vila Pouca de Aguiar fez-se de formação pacífica, com um percurso bastante acessível e com uma inclinação em nada difícil.
O aparato do Portugal de lés a lés ainda estava no local (devo lá ter passado por volta das 6h40). Mesmo muitos quilómetros depois de Vila Pouca de Aguiar vi imensos motociclistas que, pela imensidão, não devemos ter encontrado local onde dormir no local de concentração.
Foi depois da descida a seguir a Vila Pouca de Aguiar que as coisas se complicaram um pouco. O trajeto apontado pelas setas (quando existiam) tem bastante erva alta. Em algumas partes dá a entender que coincide com um riacho email época de chuvas, tanto que andei parte do tempo a saltar de pedra em pedra para não mergulhar na água que ainda corre.
Mais adiante o percurso continuou pela N2. No início da descida para Chaves saí da estrada para apanhar um trilho à esquerda que segue pelo vale. Contudo, 80 metros mais adiante deparei-me com vegetação cerrada a recordar algumas das aventuras das etapas anteriores. Por isso o bom senso fez-me recuar novamente à estrada para continuar por alcatrão.
Em Chaves aproveitei para deixar uma marca na Credencial: uma breve paragem nos bombeiros voluntários Flavienses e a credencial recebeu o último carimbo lusitano antes de chegar a Santiago.
Daí para a frente o percurso é bastante rolante e um tanto ou quanto aborrecido. A passagem pela zona industrial nas imediações da cidade também não ajudam à beleza desta parte do Caminho.
Por volta das 12h30 cheguei a Verin, onde conversei por uns minutos com um peregrino português que está a fazer o Caminho do Interior a pé. Era ainda cedo e como por um lado o calor deu algumas tréguas e por outro o corpo ainda parecia estar pronto para mais uns quilómetros, decidi seguir é fazer mais 20 quilómetros até Laza, garantindo assim menos essa distância na dura etapa de amanhã.
E finalmente há peregrinos! Hoje, no albergue municipal de Laza, foi onde tive a primeira oportunidade de trocar algumas impressões com vários peregrinos espanhóis e um alemão (juntou-se também um casal reformado japonês).
Um senhor espanhol referiu que já fez o Caminho Português desde Lisboa, em bicicleta. A opinião que tem desse Caminho pelo menos até ao Porto, não é a melhor, quer pela quantidade de estrada, quer, adivinhe-se… pela falta o respeito que os condutores portugueses têm pelos ciclistas! É triste ver alguém que nos visita ficar com esta má impressão! E diga-se de passagem, a opinião não é recíproca, porque nos primeiros locsia em Espanha em que fui ultrapassado por automobilistas regozijei-me com a distância que me dão (usam a outra via em completo) e por abrandarem sempre quando se aproximam, mesmo tendo não venham viaturas em sentido contrário. Culturas!
E pronto, o dia está resumido. Falta só fazer figas para que a onda del calor que aí vem poupe a Galiza e Castela e Leão nos próximos dias 🙂
Bom Caminho!
Bienvenido Norberto! ?
Bom Caminho ?
Muchas gracias Encar! A ver si el calor no viene conmigo para España 🙂
En Madrid estamos rondando los 40 grados estos días ? Creo que por el Norte estarás algo más fresco ?
¡Ánimo y disfruta! Nosotros te seguimos digitalmente ?