Etapa 6 – para a esquerda ou para a direita? 

Posted on 14 de June, 2017 | 1 comment

14 de Junho, quarta feira.

O acordar foi novamente bastante cedo. Contudo, hoje não me esperava chuva, tanto que o céu se mostrava limpo e com o azul a surgir à medida que o sol nascia.

Os primeiros 3 quilómetros foram “excelentes” para aquecer: o alcatrão que abandona a aldeia depressa deu lugar a um estradão íngreme que melhor aproximou da povoação do Assento, onde a primeira paragem aconteceu para saldar a dívida do albergue / jantar no Centro Paroquial de Santa Eulália.

Daí o percurso desce vertiginosamente (com todas as letras!) até ao vale onde encontro novamente vinhas. Aqui surge a primeira confusão com o trilho: 30 metros pelo estradão da vinha depressa mostraram que esses não era o caminho. Contudo, ao subir esse pequeno trajeto não avistei nem setas… nem trilho. Se não fosse um senhor que estava por perto a tratar da horta, iria ter dificuldade em perceber que o Caminho era o muro!

Foram larfis metros entre equilibrismo e desbaste de vegetação para progredir.

Mais à frente na vinha, e até alcançar a estrada, foi um reviver dá chegada a Bertelo: uma encosta íngreme, a empurrar a bicicleta.

O percurso de hoje teria mais algumas surpresas deste género, incluindo um trilho de pedra pelo qual corria água.

De qualquer modo uma boa parte dos trilhos de hoje eram cicláveis, em particular o percurso final que é feito sobre uma antiga linha de comboio, também reformulada como ecopista.

Feitas as contas, a chegada a Parada de Aguiar aconteceu bastante antes do inicialmente previsto. Aqui ainda ponderei continuar, mas como a cidade de Chaves não dispõe de albergue e como o albergue de Parada de Aguiar é uma referência (merecida, diga-se) no Caminho do Interior, dei o dia por terminado.

Dum modo geral esta devem ter sido a etapa onde a sinalização esteve menos bem. Aparte de não existirem alternativas marcadas para ciclistas, existem vários pontos que requerem muita atenção para garantir que se está no Caminho. Com GPS essa parte é relativamente fácil, mas sem à tecnologia dão-ze casos como o de uma peregrina que esteve no albergue de Parada de Aguiar há dois dias atrás e que se perdeu no Caminho, o que resultou numa caminhada entre Vila Real e Parada desde as 7h da manhã até às 22h30.

Como nota: não só o albergue é mesmo muito bom, como as pessoas desta aldeia são muito acolhedoras. A D. Adelaide é uma jóia de pessoa, chegando inclusivamente a sugerir dar-me comida se eu não quisesse sair da zona do albergue (o restaurante mais próximo fica a alguns quilómetros de distância). Até o senhor que passa pela aldeia para vender congelados me quis oferecer os gelados que pretendia comprar, por não ter o troco necessário para me dar. Enfim, são estas pequenas coisas que se levam do Caminho!

Amanhã finalmente cruzo a fronteira. O destino será Verin e espero que aí comece finalmente a ver peregrinos. Depois disso só voltarei a pisar terras lusitanas no dia 24, quando regressar a Braga na etapa final.

Bom Caminho!














One Comment

  1. Estás em Trás os Montes, as pessoas são todas simpáticas.
    Bem, da parte portuguesa já fizeste o mais difícil.
    Bom Caminho

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