Etapa 2 – Carrosel de alcatrão e destilação 

Posted on 10 de June, 2017 | 0 comments

Segundo dia de Caminho, desta vez a terminar em Albergaria-a-Velha.

O início da etapa já começou um pouco fora de horas, pois atendendo às imensas noites curtas que passei nas últimas semanas a preparar tudo, achei que me podia dar ao luxo de aproveitar um pouco mais a confortável cama onde dormi 🙂

A primeira hora do Caminho foi um pouco conturbada… Seguir um trilho GPS de alguém que fez o Caminho a pé e por cima em sentido oposto deu direito a algumas voltas adicionais ou para evitar sentidos proibidos, ou para me realinhar com o trilho à custa da confusão de ruas. Como se não bastasse ainda houve direito a pagar promessa por um escadório acima com a bicicleta aos ombros, mesmo às portas do largo da Sé do Porto.

Foi só após Vila Nova de Gaia que consegui abandonar a confusão da cidade. Ainda assim, embora haja alguns trilhos de terra no percurso até Albergaria-a-Velha, a veedade é que temos de estar recorrentemente a entrar em estradas nacionais com bastante movimento, o que será torna aborrecido não só pela paisagem pouco bonita, mas também pela segurança (os condutores portugueses pelos vistos são péssimos a tirar medidas, ou então julgam que o Código da Estrada fala em 1.5cm e não nos 1.5m).

Mas não obstante a dificuldade da altimetria da etapa de hoje, o calor foi sem dúvida o mais complicado de gerir. Mesmo tendo em conta que cheguei à fasquia dos 6L de água consumidos até ao final da etapa, a sensação que ficou no final é que se calhar deveria ter bebido ainda mais. O percurso tem poucas sombras e o calor, de 35°C para cima em algumas ocasiões, é terrível mesmo para quem viveu imensos anos em Castelo Branco como eu.

Mas devagar ser vai ao longe e no final da tarde cheguei ao ponto de destino. A estadia de hoje é feita no albergue oficial de Albergaria-a-Velha que, embora municipal, tem a gestão assegurada pela associação Via Lusitana.

Fui recebido da melhor forma possível. O Joaquim, hospitaleiro habitual neste albergue, deve ser a pessoa mais prestável e simpática que já conheci à frente de um albergue. Até é pena que não haja mais peregrinos a optar por este albergue para terminar a etapa (hoje sou rei e sengir da casa, só cá estou-me eu), porque aparte da simpatia, as instalações são muito boas (e sao completamente “amigas dos bicigrinos”, com uma zona inferior fechada com zona de parqueamento de bicicletas e até um cavalete para manutenção da bicicleta).

E pronto, este é o resumo de mais uma etapa. Amanhã abandonarei temporariamente o Caminho deste Santiago para percorrer a Ecopista do Vouga até Viseu. Avizinha-se outra grande sova, mas a ideia desta vez é tentar sair bem cedo para aproveitar a tempo fresco das primeiras horas da manhã.











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