E chegou o dia D. Depois de alguns imprevistos, uns mais difíceis, outros nem tanto, a partida para este Caminho aconteceu.
A saída foi feita a partir da Sé de Braga (que, se tudo correr bem, me verá chegar no dia 24), por volta das 12h30. Após as foto da praxe e o carimbo inicial que a Sé disponibiliza, foi hora de serpentear pelo trânsito caótico que se fazia ver em Braga àquela hora, fruto de um pequeno incidente entre dois automóveis.
O percurso que tracei passava relação perto de casa, pelo que não poderia deixar de aproveitar para fazer as despedidas por 16 da família, que tinha à minha espera o néctar dos deuses: nada menos do que 5 fatias de várias variedades do melhor cheesecake do mundo e que por acaso se vende em Braga 🙂
O objetivo do percurso era apanhar o Caminho Central em Pedra Furada. Esse percurso, tal como o Caminho Central nos primeiros 50 km desde o Porto, tem imenso alcatrão (algum em estradas movimentadas), pelo que do ponto de vista da beleza dos trilhos não foi nada que se destacasse particularmente.
Por essa caraterística eu antevia uma etapa relativamente simples. Contudo, o constante sobe e desce e as pernas que, pela falta de treino, ainda não despertaram a memória muscular, fez com que estes quase 70km (e 1300m de acumulado de subida) deixassem a sua marca.
Uma das localidades por onde passei é São Pedro de Rates. Aqui podem encontrar um albergue muito catita e que conta regularmente com simpáticos hospitaleiros com quem mantenho diálogo. E sendo este albergue uma referência no que diz respeito ao “selo” (carimbo) por ser dos poucos (senão o único) albergue com um selo bicolor, não pude deixar de lá parar para carimbar a credencial.
Foi também aqui que sucedeu um episódio engraçado: um peregrino alemão reconheceu a minha mascote que trago no capacete por cajsa da reportagem que passou hoje de manhã na RTP 1. É preciso coincidência que um peregrino alemão fazer o Caminho estivesse nalgum lado com TV no preciso momento em que a peça foi para o ar 🙂
A chegada à Casa aconteceu por volta das 19h. O alojamento, como tive oportunidade de partilhar em vídeo, é fenomenal e dá gosto ver como as Acreditar move esforços para garantir que as famílias aqui alojadas têm uma estadia o melhor e o mais recatada possível.
Amanhã é dia de outra etapa em que se antevê muito alcatrão. A partir de domingo a viagem começa a ser realmente interessante!
Conto com a vossa companhia e colaboração ao longo desta missão. E já agora, sendo sábado e se alguém se quiseres juntar a mim durante alguns quilómetros da minha etapa 2 (podem ver o percurso em www.rumoasantiago.com/interioreinverno), são muito bem vindos!
Continuem a acompanhar em www.rumoasantiago.com/viagem
Bom Caminho!
